6.12.12

"don't look back 'cause you know what you might see"


ao contrário do que me recomenda a canção, olho pra trás, sim. o que vejo é uma menina. mas, deixo claro, também não sou mulher feita. achava que era muito madura aos 14 ou 15 anos: hoje, sei que não sou madura nem aos 17. eu era chata demais, intolerante demais, crítica demais, "cult" demais. reconheço que ainda sou chata e crítica, mas acho que me tornei mais flexível. ia dizer tolerante, mas me lembrei da frase de saramago: "tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é pouco". preciso trabalhar mais meu lado não-preconceituoso, mas estou feliz com o que consegui.

ao contrário do que eu achava que seria aos 17, eu não sou tão esperta assim. por algum motivo que desconheço, pareço acreditar mais no melhor das pessoas. ainda acredito que elas podem mudar e se tornarem melhores do que são, consertando, assim, os erros. eu mantenho sempre o pé atrás, mas não atrás o suficiente. provavelmente quebrarei a cara com isso no futuro.

embora secretamente, eu achava que era muito melhor que algumas pessoas. seja porque meu boletim era todo bonitinho, sem notas vermelhas, seja porque eu gostava de, sei lá, beatles. hahahaha, patrícia. como eu era medíocre de pensar assim. posso ser medíocre em (vários) outros aspectos, mas pelo menos não mais nesse aspecto. alguma coisa em mim tinha que melhorar, não?

baixei o nariz. reconheço que eu era metida aos 14 ou 15 anos. achava que sabia tudo. e eu não sabia nada.  e eu não sei nada. quero dizer, sei dividir polinômios, sei quem descobriu o brasil... mas e daí? a sensação que eu tenho é que quanto mais conheço e questiono, menos sei. possivelmente é uma ideia clichê: não sou a primeira dizer, diretamente ou não, que "só sei que nada sei",  mas pelo menos não estou sozinha nessa, porque a solidão nem sempre me faz bem, não é sempre que gosto de estar sozinha com os meus fantasmas.  

de tudo o que eu acho que sei, algo é certo: "no one can give me the air that's mine to breath". acompanhada ou sozinha, tenho que me encontrar

4 comentários:

  1. Incrível, Patrícia. Vou tomar esse texto pra mim, pra minha vida.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Agora eu fiquei metida hahaha
      Obrigada, Caio :D <3

      Excluir
    2. Fico feliz que meu texto tenha te tocado, de alguma forma.

      Excluir
    3. Eu inclusive cheguei a escrever um texto sobre esse assunto, de como eu mudei e de como eu fui um babaca algumas vezes. Me vi nesse texto (em algumas partes). Ficou, realmente, muito bom.

      Excluir