9.2.13

[resenha] desejo de reparação

Com quatro anos de atraso (vi Desejo e Reparação, que tem o lindo e excelente James McAvoy e Keira Knightley no elenco, no carnaval de 2009), li Reparação, de Ian McEwan. O pacote chegou ontem, junto com A Revolução dos Bichos, Mar Morto (já li. Lindo) e uma coletânea de textos de Vinicius de Moraes, que dei a meu pai. Escolhi Reparação porque foi o livro que motivou a compra, os outros eu peguei para aproveitar o preço na Estante Virtual (estou cumprindo o item 5 da minha lista, tá vendo?. E cumpri 1/3 da resolução 2.).

Bem, se o livro chegou ontem, sexta 08/02, e eu já estou escrevendo sobre ele, significa que... Exato, caro leitor. Eu li um livro de 444 páginas em menos de 48 horas. Eu largo muita leitura no meio, e posso levar até meses pra ler um livro de, sei lá, 300 páginas. Mas se eu leio um rápido assim, é porque eu gostei, de verdade. O último que eu devorei assim foi A Época da Inocência, um mês atrás.

Eu não sou muito boa em fazer sinopse, então aqui está uma.

A escrita de Ian McEwan é densa, mas não é difícil. Fluiu muito fácil para mim. Os diversos pontos de vista sobre um mesmo acontecimento não me incomodaram: na verdade, eu ficava curiosa para ver o que o próximo personagem tinha a dizer. E eu sentia muito, muito ódio de Briony, principalmente nas primeira e segunda partes [o livro é dividido em três partes e tem um epílogo]. A partir da terceira parte, ficou difícil para mim sentir ódio da menina. O sentimento "certo" é pena. O arrependimento e a culpa consomem sua vida e não há muito a ser feito.

O filme é bom, e, pelo que eu me lembro (vi duas vezes), é bem adaptado. Mas não recomendo assisti-lo antes, e não é por motivos puristas como "o livro é sempre melhor que o filme": como eu já sabia tudo o que ia acontecer, senti [spoiler] muito mais raiva de Briony e dos que permitiram a acusação injusta de Robbie, apesar de conhecerem a verdade: Lola e Marshall. Senti muito mais vontade de entrar nas páginas do livro e mudar tudo. Senti vontade de reparar o que Briony não pôde.

"No tempo de Cambrigde, um passava pelo outro na rua. Tantos livros, tantos casais felizes ou trágicos sobre os quais jamais haviam conversado! Tristão e Isolda, o duque Orsino e Olívia (e Malvolio também), Tróilo e Créssida, o sr. Knightley e Emma, Vênus e Adônis. Turner e Tallis." (Página 245)

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